terça-feira, 9 de abril de 2013


Vizinho confessa a polícia ter matado Fernanda Ellen e enterrado corpo no quintal.





Policiais civis e militares iniciaram na noite desta segunda-feira (08) escavações em uma casa localizada no bairro Alto do Mateus, em João Pessoa. A informação é de que um corpo foi encontrado no local, havendo grande chance de ser o da menina Fernanda Ellen, desaparecida desde o dia 7 de janeiro.

A casa em questão é vizinha à residência dos familiares da garota. A rua foi fechada pela polícia, que busca mais indícios na casa do suspeito, que, conforme o tio da garota, Wellington Oliveira, foi reconhecido através do retrato falado feito pela polícia.

O reconhecimento foi feito por uma prostituta a quem o acusado entregou o celular da vítima.

A mulher foi levada pelo delegado Aldrovilli Grisi, encarregado do caso, até a casa do suspeito. Ela o reconheceu como o homem que a entregou o celular. Ao ver a mulher dentro do carro da polícia, o suspeito tentou fugir, mas acabou sendo detido. Ele confessou o crime e apontou o local onde teria enterrado o corpo.

Desaparecida há três meses, Fernanda sumiu ao voltar da escola, onde havia ido buscar o boletim. Desde então, buscas estavam sendo feitas, mas nada de concreto havia sido encontrado até o momento em que a polícia conseguiu rastrear o celular da garota.

Um exame de DNA será realizado no corpo, e o laudo deve sair em aproximadamente 10 dias.

 Na manhã desta terça-feira (09) Familiares da estudante Fernanda Ellen e um policial militar se pronunciaram ), sobre a morte da garota e revelaram que o acusado pelo crime Jeferson Luiz de Oliveira, 25 anos, esteve no mesmo dia do desaparecimento na casa de família da estudante para consolar e saber o que estava ocorrendo. A famíla acredita que um aparelho celular e R$ 20 podem ter motivado a morte da garota

Conforme o caminhoneiro Fábio Júnior, que é pai da garota, o acusado se juntou ao mutirão organizado pelosamigos e a família na tentativa de encontrar a estudante com vida. “Ele foi panfletar nas ruas conosco e ainda participou de um culto que fizemos. Jamais pensávamos que ele seria capaz de fazer essa atrocidade”.

Na noite desta segunda-feira (8), após escavações realizadas na casa onde Jeferson Luiz foi preso, a polícia encontrou um corpo. De acordo com o comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, não há dúvidas de que os restos mortais são da menina. "A gente acredita que ele tenha abordado Fernanda na rua e atraído até sua casa".

Peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) foram acionados à localidade e um exame de DNA será realizado e terá o resultado divulgado em um prazo de 10 dias. .

A Polícia Civil prendeu no final da tarde desta segunda-feira (08), o vizinho suspeito de ter envolvimento no sumiço da adolescente. Ele foi reconhecido pela jovem que havia recebido o celular da garota, em uma casa de prostituição da Rua da Areia no Centro de João Pessoa.

A informação foi confirmada pelo tio de Fernanda, Wellington Cabral de Oliveira. Ele revelou que a polícia foi acionada pela própria família ao perceber a semelhança do suspeito com o retrato falado descrito pela prostituta. “Ele é nosso vizinho, mora colado a casa onde minha sobrinha morava com os pais. Ultimamente ele andava estranho e pedimos para a polícia averiguar isso".

Pai de Fernanda Ellen diz que recebeu ameaça de morte.

Fábio Cabral informou que um desconhecido se aproximou dele e disse que tinha gente insatisfeita com ele no Bairro, que se mudasse porque iria morrer. O desconhecido teria dito que era um recado. Fabio Cabral disse que não conhecia o homem e que não sabe por que foi ameaçado. A ameaça já teriam chegado ao conhecimento do secretário de Segurança do Estado, Cláudio Lima.

O caso do desaparecimento de Fernanda Ellen completou 30 dias sem nenhuma pista do paradeiro da estudante. A Polícia está intensificando o trabalho de investigação para tentar localizar a menina. 

As investigações estão sendo feitas pelo delegado Aldroville Grise que mantém o andamento do caso sob sigilo. A reportagem tentou falar com o secretário Cláudio Lima, mas não conseguiu através dos telefones.
A ameaça teria acontecido no domingo (3), um dia após familiares e amigos terem feito uma carreata pelas ruas do bairro para tentar mobilizar a população.
Eles continuam sem informações sobre o sumiço da garota que saiu de casa no dia 7 de janeiro desde ano, em direção a escola localizada no Bairro Alto do Mateus, mesma localidade em que a estudante reside com a família.
O Portal Correio conversou na noite desta quarta-feira (6), com a tia de Fernanda Éllen, Maria da Penha Chaves Cabral. Ela lamentou a ausência de informações do paradeiro da sobrinha e reiterou o momento de tristeza que passa a família. ”Até agora não temos novidades. A polícia disse que está investigando, mas não sabemos de nada. Continuamos sofrendo muito”.
 A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado também foi procurada, mas não atendeu as ligações.
Mesmo não havendo indícios de que Fernanda Éllen tenha sido assassinada, o titular da Secretaria de Segurança e da Defesa Social Cláudio Lima, cogitou no dia último dia 29,  poderia não estar mais viva. “O tempo vai passando e, aos poucos, vamos perdendo as esperanças”, declarou o secretário.
Pista descartada: Desde o início do trabalho, o indício que mais chamou atenção da polícia foi encontrado numa casa abandonada na Comunidade Jardim Mônica, no bairro Alto do Mateus: um colchão com manchas de sangue que poderia ser de Fernanda. Porém, após análise do DNA, foi comprovado que a amostra não pertencia à garota. 
Desaparecimento: Fernanda Ellen desapareceu no dia 07 de janeiro, depois de ter ido à escola buscar as notas finais. Desde o primeiro momento, várias informações e pistas surgiram, mas nenhuma levou ao paradeiro da menina

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

QUEM NÃO TEVE UMA "velha amiga"



Conversávamos sobre saudade. E de repente me apercebi de que não tenho saudade de nada. Isso independente de qualquer recordação de felicidade ou de tristeza, de tempo mais feliz, menos feliz. Saudade de nada. Nem da infância querida, nem sequer das borboletas azuis, Casimiro.

Nem mesmo de quem morreu. De quem morreu sinto é falta, o prejuízo da perda, a ausência. A vontade da presença, mas não no passado, e sim presença atual.

Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora. Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.

A vida é uma coisa que tem de passar, uma obrigação de que é preciso dar conta. Uma dívida que se vai pagando todos os meses, todos os dias. Parece loucura lamentar o tempo em que se devia muito mais.

Queria ter palavras boas, eficientes, para explicar como é isso de não ter saudades; fazer sentir que estou exprimindo um sentimento real, a humilde, a nua verdade. Você insinua a suspeita de que talvez seja isso uma atitude.

Meu Deus, acha-me capaz de atitudes, pensa que eu me rebaixaria a isso? Pois então eu lhe digo que essa capacidade de morrer de saudades, creio que ela só afeta a quem não cresceu direito; feito uma cobra que se sentisse melhor na pele antiga, não se acomodasse nunca à pele nova. Mas nós, como é que vamos ter saudades de um trapo velho que não nos cabe mais?

Fala que saudade é sensação de perda. Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo, emoções, corpo e alma. E gastar não é perder, é usar até consumir.

E não pense que estou a lhe sugerir tragédias. Tirando a média, não tive quinhão por demais pior que o dos outros. Houve muito pedaço duro, mas a vida é assim mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.

Infância sem lágrimas, amada, protegida. Mocidade - mas a mocidade já é de si uma etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o que quer, ou quer demais.

Qual será, nesta vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos fazer confidências de exaltação, de embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é a quadra dramática por excelência, o período dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos desajustamentos trágicos. A idade dos suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo, dos grandes heroísmos. É o tempo em que a gente quer ser dono do mundo - e ao mesmo tempo sente que sobra nesse mesmo mundo. A idade em que se descobre a solidão irremediável de todos os viventes. Em que se pesam os valores do mundo por uma balança emocional, com medidas baralhadas; um quilo às vezes vale menos do que um grama; e por essas medida, pode-se descobrir a diferença metafísica que há entre uma arroba de chumbo e uma arroba de plumas.

Não sei mesmo como, entre as inúmeras mentiras do mundo, se consegue manter essa mentira maior de todas: a suposta felicidade dos moços. Por mim, sempre tive pena deles, da sua angústia e do seu desamparo. Enquanto esta idade a que chegamos, você e eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera. E mesmo quando se exige muito, só se espera o possível. Se as surpresas são poucas, poucos também os desenganos.

A gente vai se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos. Ai, um um dos piores tormentos dos jovens é justamente o desapego das coisas, essa instabilidade do querer, a sede do que é novo, o tédio do possuído.

E depois há o capítulo da morte, sempre presente em todas as idades. Com a diferença de que a morte é a amante dos moços e a companheira dos velhos.

Para os jovens ela é abismo e paixão. Para nós, foi se tornando pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a ruga no rosto, a vista fraca, os achaques. Velha amiga que vem de viagem e de cada porto nos manda um postal, para indicar que já embarcou.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

violência na escola e suas consequências

Na última década a violência nas escolas tem preocupado o poder público e toda sociedade, principalmente, pela forma como esta tem se configurado. O conflito e violência sempre existiram e sempre existirão, principalmente, na escola, que é um ambiente social em que os jovens estão experimentando, isto é, estão aprendendo a conviver com as diferenças, a viver em sociedade.
O grande problema é que a violência tem se tornado em proporções inaceitáveis. Os menos jovens, como eu, estão assustados. Os professores estão angustiados, com medo, nunca se sabe o que pode acontecer no cotidiano escolar; os pais, preocupados. Não é raro os jornais noticiarem situações de violência nas escolas, as mais perversas.
Não quero dizer com isso que antes não existia violência. Existia sim, e muita. “Desde que o mundo é mundo, há violência entre os jovens”. Todos os diferentes, para o bem ou para o mal, são vítimas em potencial na escola, há muito tempo. Brigas, agressões físicas, enfim, sempre existiram.
O que não existia antes e, que hoje tornou comum é que os jovens depredam a escola, quebram os ventiladores, portas, vidros, enfim, tudo que é possível destruir, eles destroem. Antes, não se riscava, não murchava ou cortava o pneu do carro do professor. Agredir fisicamente ou fazer ameaças ao mestre, nem pensar. Não se levava revolver e faca e não se consumia drogas e álcool no interior das escolas. No meu tempo, por exemplo, nunca se ouviu falar que um colega tinha assassinado um amiguinho na sala de aula ou que alguém tinha jogado álcool no colega e ateado fogo. Enfim, são muitos os relatos de violência extrema no interior das escolas.
Muitas de nossas crianças e adolescente passam por violências, e ficam calados – algumas delas não têm coragem de revelar, outras, por medo da retaliação do agressor. Essa violência entre colegas não é a única. A violência entre professores e alunos também tem crescido. Assustadoramente, a violência de alunos contra professores é a regra agora, e não mais o oposto. A violência não contra um ou outro, mas contra a escola mesmo, em todos os sentidos e modos, também tem aumentado.